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Resenha Crítica do 1º Capítulo do livro "O Diálogo entre o ensino e a aprendizagem" de Telma Weisz

MEU BATISMO DE FOGO           

Resenhado por Shamara Paz.


           O texto que tem por título “Meu batismo de fogo”, conta a experiência profissional de uma professora. Esta pode ampliar de uma maneira bastante significativa sua visão sobre a educação.
            Ela iniciou os estudos em nível normal após o ginásio, pois gostava muito de sua professora do ensino primário. E também seu pai, havia lhe dado forças, pois achava de muita importância que aos 18 anos a pessoa já tivesse uma profissão a ser seguida.
            Mesmo com outros interesses, a jovem não desistiu do Ensino Normal, até que teve oportunidade de assumir uma sala de aula. Esta sala de aula era composta por alunos que vinham repetindo a 1ª série. O governo tomou a decisão de aprovar todos, sendo assim estes alunos foram encaminhados para a 2ª série. A escola não tinha boas condições, a estrutura não era tão adequada e a professora enfrentou muitas dificuldades.
            Os alunos não sabiam ler, não sabiam calcular, embora muitos trabalhassem no dia a dia vendendo balas e outras coisas para ajudar em casa. Na sala de aula, os alunos ajudavam a professora, participavam das aulas, porém a docente não percebia um ensino-aprendizagem significativo. Era algo muito técnico, onde a professora não via resultado. Foi então, que ela percebeu a realidade da escola. Onde os alunos e também a família destes, se viam como inferiores, como pessoas que não tinham capacidade de aprender, ou de melhorar de situação.  Foi nesse exato momento que a professora teve “o seu batismo de fogo”, isto é, ela teve acesso à realidade, ao conhecimento de tudo que ocorria no interior da escola. E ela compreendeu que se não acontecesse algo diferente, essas pessoas seriam para sempre os “dominados” pela sociedade.
            Diante disso, a professora se afastou da educação e passou a refletir sobre o sistema educacional. E chegou à conclusão de que não aprendeu quase nada na escola normal, pois o que sabia era apenas regras que deveriam executar. O conhecimento da realidade depende da prática e da vontade de querer conhecer de cada um. Ela diz que enquanto estudante teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre Piaget e começou a colocar em prática a ideia de trabalhar em grupo, de aperfeiçoar o coletivo. Então, as crianças começaram a se desenvolver diante desse trabalho, elas se sentiam valorizadas, participavam das aulas, etc.
            Sendo assim, os alunos tiveram uma melhoria. A professora fazia um diferencial em uma escola onde os profissionais não davam o devido valor aos alunos. A professora tinha uma relação muito harmoniosa com os alunos, estes tinha uma real participação no ensino-aprendizagem, faziam parte de todo o processo. Participavam de teatro, de projetos, etc. Os alunos nunca faltavam e a professora pode dessa vez perceber um resultado de seu trabalho, já não se sentia mais como uma “mecânica”. Ela acabou voltando para a educação, pois sentia parte integral da escola e jamais queria desistir por inteiro dessa área.
            Portanto, a professora passou de um momento em que não conseguia perceber a realidade da educação, para um momento totalmente novo. Onde ela poderia participar de todo o processo da realidade educacional. Ela teve força de vontade, observou a realidade, e procurou meios de solucionar os problemas. Sem procurar encontrar culpados, ela fez seu próprio trabalho e deu certo.
            É exatamente essa atitude que se espera dos novos educadores, que estes sejam agentes transformadores, que não se deixem dominar por conceitos estabelecidos. Onde este educador é capaz de tomar novas decisões.

            

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